Universitária é presa suspeita de roubo a caixas eletrônicos no ES

Segundo a polícia, outros quatro suspeitos estão foragidos.

A estudante de direito Luara Viali Silva, 23 anos, o namorado, Anderlan Michel Chagas, de 33 anos, e o cunhado, Andreivid Chagas Costa, de 23, foram presos nesta terça-feira (26) suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em arrombamento de caixas eletrônicos.

A prisão do grupo aconteceu no bairro São Geraldo, em Cariacica, região Metropolitana de Vitória. Segundo a Polícia Civil, os três agiam em parceria com outros quatro suspeitos, que são de fora do Espírito Santo, provocando um prejuízo que ultrapassa R$ 2 milhões. Para a polícia, a quadrilha é responsável por pelo menos 13 crimes semelhantes, desde 2012. Os outros quatro suspeitos estão foragidos. Os irmãos presos não quiseram falar com a imprensa e a jovem não foi apresentada.

De acordo com levantamentos da Delegacia de Roubo a Banco do Espírito Santo, o grupo participou do arrombamento do caixa eletrônico localizado dentro de um supermercado, no bairro Jardim América, em Cariacica. O crime aconteceu na noite de domingo (25), quando foram roubados mais de R$ 80 mil.

Flagrante
A universitária, Luara Viali Silva, o namorado e o cunhado foram autuados em flagrante pelo crime de furto qualificado e associação para o crime. A estudante não foi apresentada à imprensa. Já os irmãos não quiseram dar declarações a respeito da detenção. Os dois foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana, e a jovem para o presídio feminino.

Segundo a polícia, a estudante cursa o 7º período de Direito, em uma faculdade particular de Cariacica. Ela também integrava o quadro de funcionários da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), onde ocupava cargo comissionado, em função administrativa. A Sejus informou que a suspeita foi exonerada no dia 23 de abril.

Segundo a polícia, a jovem chamava a atenção dos comparsas a não conversarem ao telefone. “Ela usava o que aprendia no dia a dia do trabalho para orientar os demais. Além disso, todo o material para a prática dos crimes foram recolhidos na casa onde ela reside”, explicou o delegado.

Quadrilha age em todo o país
O trio formado pela universitária, o namorado e o cunhado trabalhava em conjunto com uma quadrilha que age em todo o Brasil. Cada integrante possuía uma função específica dentro do grupo. Segundo a polícia, os irmãos eram responsáveis em analisar o local antes da ação, dar cobertura enquanto os demais criminosos abriam o caixa e, posteriormente, fuga. Já para os outros integrantes, a função era abrir os caixas e, quando necessário, render os vigilantes.

Os quatro possuem mandados de prisão por roubo e arrombamento. Eles são do Pará, de acordo com as investigações, mas teriam praticado arrombamentos a caixas eletrônicos em todo o país.

Para a polícia o elo entre o quarteto, os irmãos e a universitária é uma outra estudante de Direito. A jovem é aluna do 9º período do curso, atua como estagiária de um fórum e não foi encontrada pela polícia. Como não havia mandado de prisão, o nome dela não será divulgado.

Terminais de prefeituras são assaltados
No Espírito Santo, quatro alvos do grupo foram caixas eletrônicos instalados dentro de prédios que sediam as prefeituras municipais, nas cidades de Anchieta, Linhares, Cariacica e Piúma.

Nesses casos, os vigilantes dos locais eram rendidos por dois integrantes da quadrilha, armados com pistolas. “Os quatro indivíduos de fora do estado ficam com cerca de 90% do ‘lucro’ do roubo. Todos possuem mandados de busca e apreensão por crimes anteriores, ou seja, são considerados foragidos. Para o restante do grupo, cabia cerca de R$ 20 mil por pessoa”, destacou o delegado Aéliston Azevedo.

A universitária usava o que aprendia no dia a dia para orientar os demais"

Aéliston de Azevedo, delegado

As cifras levadas pelo bando desde 2012 já somam R$ 2 milhões. Por exemplo, somente em um dos arrombamentos, em Jacaraípe, na Serra, foram levados R$ 382 mil.

Para os irmãos detidos, as parcelas de participação renderam luxo. De acordo com a polícia, um deles comprou apartamento em Itaparica e possuía um carro de luxo. Antes dos ataques aos caixas eletrônicos, há cerca de um ano, ele trabalhava como vendedor de churrasquinho. “Foi enquanto vendia os churrascos que conheceu os demais integrantes do bando”, detalhou Azevedo.

Na casa onde foram presos os três suspeitos, os policiais encontraram um verdadeiro arsenal para abrir a estrutura dos caixas eletrônicos. Foram recolhidos maçarico, gás de acetileno, pé de cabra, alicates e demais ferramentas para a prática dos crimes.

A polícia acredita que os quatro suspeitos que estão foragidos possam ser reconhecidos por vítimas dos roubos. 

Do G1 ES, com informações de A Gazeta